Monday, May 29, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 1º lugar



1. Cabo Daciolo (PSOL/RJ)

Bombeiro militar, Daciolo foi eleito para seu primeiro mandato na política como deputado federal com 49.831 votos (0,65% dos votos validos), alcançando a 31ª posição em seu estado. Ficou conhecido no episódio da greve dos bombeiros no Rio de Janeiro em 2011, tendo comandado a invasão do Quartel-General, sido expulso da corporação e permanecido detido por 9 dias na Penitenciária de Bangu 1.

Figura controversa, foi também expulso do partido pelo qual foi eleito após propor emenda constitucional para alterar o parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal, no qual se lê: “todo poder emana do povo...”, para “todo poder emana de Deus”. Segundo o PSOL, a alteração seria uma afronta ao estado laico, defendido pelo partido. Atualmente, o deputado está filiado ao partido "Avante", antigo PTdoB (Partido Trabalhista do Brasil).

Com a campanha vitoriosa mais barata para deputado federal nas eleições de 2014, Daciolo gastou, segundo a Justiça Eleitoral, o equivalente a R$ 38.809,50, exatamente a quantia que recebeu de seus doadores, todos eles pessoas físicas. Aliás, Daciolo é o único desta lista que não recebeu doação empresarial. Sua maior doação veio de Claudio Vinicius de Carvalho de Pereira, com R$ 3.837,50. O próprio candidato também injetou em sua campanha R$ 2.050,00.

Sunday, May 28, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 2º lugar



2. Dr. João Ferreira Neto (PR/RJ)

Médico formado na Faculdade de Medicina de Petrópolis e bacharel em Direito, Dr. João foi eleito com 65.624 votos (0,86% dos votos válidos), estando na 22ª posição em seu estado e não alcançando o quociente eleitoral. Antes de se tornar deputado federal, Dr. João ocupou outros cargos na política, tendo sido Secretário de Saúde em São João de Meriti/RJ entre 1998 e 2000 e entre 2005 e 2007, além de vereador do mesmo município, então pelo PMN, de 2008 a 2012. Atualmente é prefeito daquela cidade, tendo renunciado ao cargo de deputado federal.

Seus gastos com campanha, segundo a Justiça Eleitoral, somam R$ 49.521,66, pouco menores que a receita total, sendo o segundo menor valor do estado e da Região Sudeste para um candidato eleito a deputado federal. Seus maiores doadores foram as pessoas jurídicas (as únicas constantes em sua declaração) DH 2010 Transportes Ltda., com R$ 15.800,00, e a Casa de Saúde e Maternidade Quinze de Agosto Ltda., com R$ 13 mil.

Segundo matéria da Globo News, o deputado chegou a ser condenado em agosto de 2015 pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região a 3 anos e 4 meses de reclusão, pena privativa de liberdade substituída por penas restritivas de direitos e pagamento de multa, por se apropriar da contribuição previdenciária de funcionários de uma clínica da qual era sócio na baixada fluminense. João havia sido absolvido antes em primeira instância e o Ministério Público Federal interpôs recurso de apelação. Após o provimento do recurso ministerial, a defesa opôs embargos de declaração ao Acórdão do TRF, sem êxito.

Houve ainda a interposição de recursos especial e extraordinário, cujos seguimentos foram negados. Contudo, com a diplomação do então deputado, os autos foram remetidos ao STF, onde, em decisão proferida em agosto de 2016 e relatada pelo ministro Dias Toffoli, foi julgada extinta a punibilidade do réu por prescrição da pretensão punitiva.

Thursday, May 25, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 3º lugar



3. Eduardo Bolsonaro (PSC/SP)

Filho do famoso e polêmico deputado federal Jair Bolsonaro, Eduardo foi eleito para o cargo – seu primeiro na carreira política – com 82.224 votos (0,39% dos votos válidos), conseguindo apenas a 61ª posição, sendo eleito por média. Seu correligionário, o Pastor Marco Feliciano, foi o terceiro candidato mais votado no estado de São Paulo e, por conta da votação expressiva, conquistou mais duas cadeiras para o partido, Bolsonaro sendo um dos beneficiados.
 
Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Eduardo é escrivão da Polícia Federal, tendo iniciado a profissão em 2010 em Guarajá-Mirim/RO e atuado nas cidades de Guarulhos/SP, São Paulo/SP e Angra dos Reis/RJ.

Eduardo gastou em campanha, segundo o site do TSE, o numerário de R$ 51.956,76, valor pouco inferior ao arrecadado. É a campanha vencedora mais barata do estado de São Paulo e a terceira mais barata da região Sudeste. Seu maior doador foi uma pessoa física, Jorge Francisco, com R$ 11 mil. Eduardo ainda contou com doações de seu pai, no valor de R$ 9 mil, e de seu irmão Carlos, com R$ 10 mil, além de sua própria doação, também no valor de R$ 9 mil. As únicas doações empresariais, vindas da Construtora OAS S.A. e da 2 N Engenharia, somam juntas R$ 737,81.

Wednesday, May 24, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 4º lugar



4. Kaio Maniçoba (PHS/PE)

Filho da ex-prefeita do município de Floresta (PE), Rorró Maniçoba, e atualmente no PMDB, Kaio foi eleito pelo PHS com 28.585 votos (0,64% dos votos válidos) para seu primeiro mandato político, já como deputado federal, sendo o último colocado de seu estado a ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Curiosamente, atrás da penúltima colocada – Luciana Santos do PC do B – estiveram 11 candidatos, cuja votação foi superior. No entanto, por questões de coligação partidária (PSDC/PTN/PRP/PSL/PHS/PRTB), Kaio conseguiu se eleger.

Suas despesas com campanha declaradas à Justiça Eleitoral, equivalentes à receita, totalizam R$ 55.635,85, o menor valor do Pernambuco e o segundo menor da região Nordeste. Seus maiores doadores foram pessoas físicas: Rinaldo J. C. Ayres, com R$ 16.600,00, Simone Macedo G Mattos, com R$ 15.500,00 e Rosangela Moura M. Ferraz, com R$ 15.000,00. A única doação por empresa veio da RM Veículos Ltda., com R$ 2.100,00.

Tuesday, May 23, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 5º lugar



5. Cabuçu Borges (PMDB/AP)

Cantor, ator, humorista, economista e carnavalesco (é presidente da escola de samba Embaixada de Samba Cidade de Macapá), Cabuçu Borges – como é conhecido – foi eleito em seu estado, para seu primeiro mandato, com 18.709 votos (4,85% dos votos válidos), alcançando a terceira colocação. O nome vem da dupla humorística “Os Cabuçus”, formada com seu primo Pádua Borges – Pádua era chamado de “Lurdico”, enquanto o deputado tinha o apelido de “Vardico”.

Seus gastos com campanha declarados à Justiça Eleitoral somam R$ 72.422,40, muito próximos do que foi arrecadado (60 centavos a menos), sendo o segundo candidato eleito que menos gastou em seu estado e em toda região Norte. Apesar de ter recebido doações de empresas como Bradesco Vida e Previdência S.A., Proenge Engenharia e Projetos Ltda. e List Computação Publicidade Promoções e Comércio Ltda. (esta a pessoa jurídica com maior doação), os maiores doadores foram pessoas físicas: Geane Celly de Lima Borges, com R$ 8.500,00, e Adriano Camara de Oliveira, com R$ 9.300,00.

Cabuçu, junto do governador Waldez Góes (PDT), o vice-governador Papaléo Paes (PP) e o ex-candidato ao Senado Gilvam Borges (PMDB), seu primo, é acusado pela Procuradoria Regional Eleitoral do Amapá de abuso de poder econômico e uso indevido de meio de comunicação social – o Sistema Beija-Flor de Comunicação, grupo que pertence à família Borges, com dezesseis emissoras de rádio e dois canais de televisão no Amapá, teria sido utilizado como instrumento de promoção dos candidatos nas Eleições de 2014.

Sunday, May 21, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 6º lugar




6. Jean Wyllys (PSOL/RJ)

Jornalista com mestrado em Letras e Linguística e professor universitário formado pela Universidade Federal da Bahia, Jean Wyllys, mais conhecido como vencedor da 5ª edição do programa Big Brother Brasil, foi eleito para seu segundo mandato de deputado federal com 144.770 votos (1,90% dos votos válidos), sendo o sétimo candidato mais votado de seu estado, não alcançando, no entanto, o quociente eleitoral.

Seu gasto total com campanha declarado à Justiça Eleitoral soma R$ 75.092,07, o terceiro menor do Rio de Janeiro e o quarto menor da região Sudeste. Jean contou com centenas de doações vindas de pessoas físicas, entre elas o ator e humorista Gregorio Duvivier, com R$ 250,00. A maior delas, contudo, veio de Edvaldo Farias Lira, no valor de R$ 6.700,00. Sua única doação empresarial foi realizada pela Griot Produções Cinematográficas Ltda., com R$ 4.700,00.

Jean recentemente foi réu em processo de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar, no polêmico episódio em que cuspiu no deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ) após votar contra o impeachment de Dilma Rousseff na Câmara em abril do ano passado. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, no entanto, por maioria, aplicar apenas a pena de advertência por escrito, por entender que a cassação ou a suspensão de seu mandato seriam penas desproporcionais à infração cometida.

Friday, May 19, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 7º lugar



7. Adelson Barreto (PTB/SE)

Jornalista e radialista formado pela Universidade Tiradentes, Adelson foi eleito com 131.236 votos (13,37% dos votos válidos), sendo o primeiro colocado e o único candidato a atingir o quociente eleitoral em seu estado. Atualmente filiado ao Partido da República, este é seu primeiro mandato como deputado federal. Político veterano, já foi vereador em Aracaju pelo antigo PFL de 1995 a 1998 e pelo PPS entre 1999 e 2002; deputado estadual pelo PMN entre 2003 e 2006 e pelo PSB entre 2007 e 2014 (dois mandatos), somando mais de 20 anos de carreira política.

Barreto gastou, segundo declaração à Justiça Eleitoral, o total de R$ 79.196,90, valor pouco inferior ao arrecadado, sendo o candidato eleito que menos gastou em campanha em seu estado e o terceiro na região Nordeste. Seu maior doador foi ele mesmo, com R$ 33 mil. Recebeu também R$ 30.711,90 do senador Eduardo Amorim, até pouco tempo filiado ao PSC, agora filiado ao PSDB, tendo parte de suas doações vindo da Empresa Salobo Metais S.A., única pessoa jurídica constante em sua relação de doadores.

Adelson, apesar de tudo, foi condenado em dezembro de 2015 pelo Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe em ação que julgou desvio de verba de subvenções, tendo sido cassado de seu mandato como deputado estadual, embora não estivesse mais no cargo quando da sentença.

Tuesday, May 16, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 8º lugar



8. Roberto Góes (PDT/AP)

Dirigente esportivo, Roberto Góes foi eleito com 22.134 votos (5,73% dos votos válidos) sendo o deputado federal mais votado do estado nas eleições de 2014, embora não tenha alcançado o quociente eleitoral, de 47.666 votos. É o atual presidente da Federação Amapaense de Futebol e antes já exerceu os cargos de vereador em Macapá entre 1993 e 1994 pelo antigo PSD, deputado estadual por quatro mandatos consecutivos entre 1995 e 2008, já pelo PDT, e prefeito de Macapá entre 2009 e 2012.

Os gastos totais com campanha declarados à Justiça, ligeiramente menores à arrecadação, somam R$ 81.937,90, o que o situa na terceira colocação dos que menos gastaram tanto no estado quanto na região Norte. Seu maior doador foi uma pessoa física, Alfredo Inajosa Braga, com o numerário de R$ 11,5 mil.

Apesar da arrecadação e da despesa baixas em campanha, Roberto já foi processado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (Ação Penal 916) à pena corporal de 2 anos, 8 meses e 20 dias de reclusão, convertida em restritiva de direitos consistente em prestação de serviços a entidade filantrópica pelo mesmo período. Incurso nos crimes de peculato e assunção de obrigação no último mandato quando prefeito de Macapá em 2012, Roberto também foi condenado, na mesma ação, a pagar 20 salários mínimos em alimentos, medicamentos ou material escolar.

Monday, May 15, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - 9º lugar



9. Carlos Andrade (PHS/RR)

Eleito para o seu primeiro mandato com 6.733 votos (2,83% dos votos válidos), Carlos Andrade ocupou a última posição como deputado federal eleito em seu estado, não tendo alcançado o quociente eleitoral e tendo sido eleito por média. Carlos foi ainda o candidato eleito com menos votos em toda a Câmara dos Deputados, deixando para trás, segundo reportagem do portal R7, 939 candidatos de todo o Brasil com votação maior que a dele. Tal proeza foi possível porque sua coligação, a “Mais Roraima”, composta por 10 partidos, a maioria deles partidos nanicos, teve votação expressiva o suficiente para eleger dois representantes, Carlos sendo um deles (o outro é o Dr. Hiran Gonçalves, que alcançou o sexto lugar no estado).

Administrador pós-graduado e eletricitário, Andrade já foi Diretor Administrativo, entre 2000 e 2003, Diretor Presidente, entre 2003 e 2005, e Diretor Financeiro, entre 2005 e 2008, da Boa Vista Energia S.A., empresa pública de energia pertencente à Eletrobras e que atua em Roraima.

A despesa total com campanha, idêntica à receita total, equivale a R$ 85.472,00, a menor do estado e a quarta menor da região Norte. Suas maiores doações vieram da CRBS S.A. (subsidiária da Ambev), no valor de R$ 35 mil, e do Partido Progressista, de R$ 20 mil.

Sunday, May 14, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais que menos gastaram em campanha nas eleições de 2014 - Introdução e 10º lugar

Conforme prometido e depois de muito tempo desde a última publicação, resolvi dar continuidade à série que iniciei em janeiro deste ano, com mais informações sobre gastos de campanha nas eleições federais de 2014, agora abordando os deputados federais "mais econômicos", um a um, em publicações diárias.

O eleitor vai perceber que há, como na outra lista, políticos de diversos partidos e posições no espectro, e que o fato de terem gastado pouco em campanha não significa necessariamente que sejam todos eles "probos". A intenção aqui é mostrar como é possível gastar pouco (bem menos que o comum) e ainda ser eleito, sem precisar gozar de grande fama ou notoriedade.

Com vocês, sem mais delongas, o 10º colocado:



10. André Abdon (PRB/AP)

Engenheiro Florestal formado pela antiga Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), atual Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), André foi eleito para seu primeiro mandato como deputado federal com 13.798 votos (3,57% dos votos válidos), alcançando a sexta posição em seu estado, abaixo do quociente eleitoral. Anteriormente chegou a ocupar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Macapá em 1998, bem como disputou por duas vezes o cargo de vereador na mesma cidade e uma o mandato de deputado estadual, todas sem êxito. Atualmente é filiado ao Partido Progressista (PP).

Seus gastos com campanha, segundo o site do TSE, somam R$ 89.373,20, ligeiramente inferiores ao valor arrecadado. André contou apenas com uma doação proveniente de pessoa jurídica, descrita na declaração como “J. M. P. Paes Netto”, no valor de R$ 1,5 mil. Apesar das doações próprias, que não passaram de R$ 2 mil, e várias outras com o sobrenome “Abdon” – dentre elas a mais notável sendo de seu pai José, com R$ 5 mil – seu principal doador foi o Fundo Partidário, com R$ 70 mil.