Friday, January 20, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 1º lugar



1. Arlindo Chinaglia (PT/SP)

E este é o campeão da lista. Eleito com 135.772 votos (0,66% dos votos válidos), Arlindo foi o 32º colocado em seu estado, abaixo do quociente eleitoral.
 
Médico formado pela Universidade de Brasília, já presidiu a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo. Participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, exerceu o cargo de deputado estadual entre 1991 e 1994 e é, desde 1995, deputado federal, já tendo presidido a Câmara dos Deputados no biênio entre 2007 e 2009.

Curiosamente, Arlindo competiu com Eduardo Cunha em 2015 pela presidência da Casa, tendo sido derrotado. Se esta lista fosse dos deputados federais eleitos que mais arrecadaram recursos segundo a Justiça Eleitoral, Arlindo não figuraria nela. Isto porque suas receitas totais somam o numerário de R$ 4.838.358,25, abaixo do 10º colocado, ainda que o valor seja bem acima da média. Cristiane Brasil (PTB/RJ) e Leonardo Quintão (PMDB/MG) obtiveram arrecadação superior à de Arlindo, embora tenham gastado menos que Alexandre Baldy.

Mas assustador é o quanto as despesas totais superaram as receitas no caso do petista: as primeiras equivalem a R$ 8.464.594,13, R$ 3.630.235,88 a mais que o arrecadado, a maior diferença encontrada entre os candidatos eleitos a deputado federal. Para efeitos de comparação, dos 513 deputados federais eleitos, somente 36 (contando com os que figuram nesta lista) arrecadaram quantia superior a esta diferença.

Dos que gastaram mais do que arrecadaram, atrás de Arlindo está Vicente Cândido, companheiro de partido e eleito também pelo estado de São Paulo. A diferença entre as despesas e a receita total de Vicente foi pouco superior a R$ 1 milhão.

Os principais doadores de Chinaglia foram as construtoras Andrade Gutierrez e Contern, a JBS S.A., Serveng Civilsan S.A. Empresas Associadas de Engenharia, ECTX S.A. (madeireira), Stockler Comercial e Exportadora Ltda., Terra Forte Exportação e Importação de Café Ltda. e Vale Energia S.A, todas elas com doações de R$ 200 mil ou mais. As maiores doações vieram, no entanto, das empresas Guarani S.A., do ramo sucroalcooleiro, e a Hypermarcas S.A., conglomerado que atua em vários ramos, cada qual com R$ 500 mil.
 
Outros nomes notáveis, como Brasil Kirin, os bancos Itaú e Safra, CRBS (Ambev), Cutrale, Aché Laboratórios Farmacêuticos e UTC Engenharia aparecem na lista de doadores, mas com valores menores.

Thursday, January 19, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 2º lugar



2. Marco Antonio Cabral (PMDB/RJ)
 
Filho do polêmico ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (atualmente preso pela Operação Lava-Jato), Marco Antonio foi eleito com 119.584 votos  1,57% dos votos válidos  abaixo do quociente eleitoral, alcançando a 9ª colocação. Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, estava até pouco tempo licenciado do cargo de deputado, ocupando a Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude, da qual foi exonerado a pedido próprio, segundo nota do Diário Oficial.
 
Com apenas 25 anos, Marco Antonio é um dos deputados mais jovens da Câmara e iniciou cedo sua carreira política, tendo sido eleito Presidente Estadual da Juventude do PMDB em 2009 e Presidente Nacional da Juventude do mesmo partido em 2013. Segundo a Folha de São Paulo, Marco Antonio também ocupou, entre 2011 e 2012, cargo comissionado na Secretaria Municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro, onde tinha como função auxiliar na elaboração de projetos de parceria público-privada.
 
Suas despesas com campanha declaradas à Justiça, ligeiramente inferiores ao total arrecadado, equivalem a R$ 6.788.349,32, as maiores do Rio de Janeiro entre os deputados federais eleitos. As doações vieram de várias fontes, entre elas as mais notáveis: os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, construtoras como Andrade Gutierrez e Emccamp Residencial, empresas do ramo de bebida como a CRBS S.A. (subsidiária da Ambev), Hospital das Clínicas de Niterói, dentre tantos outros nomes.
 
Seus maiores doadores, no entanto, foram a Construtora Queiroz Galvão, a Rio de Janeiro Refrescos (Coca-Cola), a Cervejaria Petrópolis S.A. e a Carioca Christiani Nielsen Engenharia S.A., cada qual com doações de R$ 500 mil.

Wednesday, January 18, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 3º lugar



3. Iracema Portella (PP/PI)
 
Professora e empresária, Iracema foi eleita para o seu segundo mandato com 121.121 votos (6,99% dos votos válidos), sendo a 3ª colocada de seu estado. Ela não alcançou o quociente eleitoral, embora nenhum deputado federal pelo Piauí o tenha conseguido. Seu primeiro mandato foi de fevereiro de 2011 a janeiro de 2015, também pelo PP.
 
Filha de políticos, seu pai, Lucídio Portella, já foi governador do Piauí entre 1979 e 1983 pelos partidos ARENA e PDS, vice-governador de 1987 a 1991 pelo PDS e senador da República de 1991 a 1999 pelos partidos PDS, PPR e PPB. A mãe, Myriam Portella, foi a primeira mulher a se tornar deputada federal pelo Piauí em 1986, tendo exercido o cargo até 1991. Era também filiada ao PDS, mas migrou ao PSDB em 1989, apoiando a candidatura de Mário Covas à presidência.
 
O tio Petrônio, por sua vez, irmão de Lucídio, foi deputado estadual, de 1954 a 1958 pela UDN, governador do estado entre 1963 e 1966 pelos partidos UDN e ARENA e senador pelo Piauí de 1966 a 1979 pela ARENA. Foi ainda presidente do Senado nos mandatos de 1971 a 1973 e de 1977 a 1979, e, por derradeiro, Ministro da Justiça nos anos 1979 e 1980, quando faleceu.
 
Já o atual marido é ninguém menos que Ciro Nogueira Lima Filho, senador pelo Piauí, eleito em 2010, também filiado ao PP e atual presidente do partido. Ciro já tinha sido deputado federal desde 1995, até se tornar senador.
 
Apresentado seu perfil, bastante significativo para o seu estado, vamos às contas de Iracema.
 
Suas despesas com campanha nas eleições de 2014 foram as maiores de seu estado, bem como as maiores da região Nordeste, como o leitor já deve ter deduzido. Um pouco menores que a arrecadação, que não foi maior que a de Cunha (como já foi esclarecido), nem a do segundo colocado desta lista, elas somam “míseros” R$ 6.722.540,86.
 
Como doadores, Iracema contou com várias pessoas físicas, inclusive o que supostamente seria seu sogro, embora este já tivesse falecido quando da declaração. Ela também recebeu doações das empresas Ciro Nogueira Comércio de Bicicletas Ltda, Ciro Nogueira Agropecuária e Imóveis Ltda e CN Petróleo Ltda, empresas de provável propriedade do marido. A quantia, quando somadas todas as doações destas fontes, compõe um valor considerável (ultrapassa os R$ 300 mil), mas não o suficiente para figurar entre os maiores.
 
Acima delas estão: Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais, Agro Energia Santa Luzia S.A., Companhia Metalúrgica Prada, JBS S.A. e Imapi Indústria & Comércio Ltda. Esta última injetou na campanha de Iracema R$ 1.100.000,00, sua maior doação empresarial, já que a maior de todas as doações veio do Fundo Partidário, que ajudou a piauiense com R$ 1.190.000,00, a maior contribuição do Fundo dentre os políticos desta lista.
 
Na planilha de doadores da deputada, o leitor ainda pode encontrar nomes famosos como Andrade Gutierrez, OAS e Banco Safra, mas com valores menores.

Tuesday, January 17, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 4º lugar



4. Eduardo Cunha (PMDB/RJ)

Talvez o parlamentar mais notável dos últimos dois anos, peça-chave no processo de Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e réu no processo da Operação Lava-Jato, Eduardo Cunha aparece nesta lista como o quarto deputado federal mais gastão das eleições de 2014. Eleito com 232.708 votos (3,06% dos votos válidos), Cunha ficou em 3º colocado em seu estado, sendo um dos 5 deputados federais eleitos no Rio de Janeiro com votação acima do quociente eleitoral.
 
Cunha foi deputado federal desde de 2003, tendo sido eleito primeiramente pelo PP. Já em 2003, filiou-se ao PMDB, partido ao qual pertence até hoje. Atuou antes como deputado estadual na ALERJ em 2001 e 2002 e presidente da Telerj durante o governo Collor, quando ainda era filiado ao PRN (atual PTC).
 
E como já é de conhecimento de todos, o parlamentar foi eleito em fevereiro de 2015 presidente da Câmara dos Deputados, o terceiro cargo político mais importante do país, ao qual renunciou em julho passado. Ainda em setembro último teve seu mandato cassado por ampla maioria na Câmara – apenas 10 de um total de 469 deputados votaram contra sua cassação, e 9 se abstiveram.
 
Se esta lista fosse elaborada para destacar os deputados federais que mais arrecadaram em campanha nas eleições de 2014, Cunha seria o primeiro colocado. No entanto, Cunha gastou algumas “centenas de milhares” de reais a menos que a sua receita, bem como houve quem gastasse mais que a quantia que ele despendeu, o que o situa na quarta posição deste ranking. O valor gasto chega aos R$ 6.415.150,51.
 
Como observação, destaco que fatos como este e outros que estou a levantar nos fazem refletir sobre o que seria necessário para um deputado concorrer e ser eleito presidente da Câmara. A influência de Cunha parece ser grande ao ser financiado por nomes de peso no mercado. Entre os seus maiores doares estão os bancos Santander, Bradesco e BTG Pactual, a Rio de Janeiro Refrescos (empresa do Grupo Andina, que pertence à Coca-Cola) e a Iguatemi Empresa de Shopping Centers S.A.
 
As 5 maiores doações, contudo, que equivalem juntas à “bagatela” de R$ 4,3 milhões, vieram das empresas: Mineração Corumbaense Reunidas S.A. (R$ 700 mil), Líder Taxi Aéreo Ltda (R$ 700 mil), Telemont Engenharia de Comunicações S.A. (R$ 900 mil) e as duas maiores doadoras: a CRBS S.A. (subsidiária da Ambev) e a Rima Industrial S.A., ambas com o valor de R$ 1 milhão.

Monday, January 16, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 5º lugar



5. Carlos Zarattini (PT/SP)

Economista formado pela FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração) e filiado ao PT desde 1987, Carlos foi eleito para o seu terceiro mandato como deputado federal com 138.286 votos, 0,66% dos votos válidos (número inferior ao quociente eleitoral), alcançando a 30ª posição, já tendo sido eleito para o cargo nos anos de 2006 e 2010. Foi também vereador na cidade de São Paulo nos anos 1995 e 1996, deputado estadual de 1999 a 2003, Secretário de Transportes do município de São Paulo entre 2001 e 2002, Gerente Regional de Administração do Ministério da Fazenda em 2003, Secretário de Subprefeituras do município de São Paulo em 2004 e assessor parlamentar da Câmara Municipal de São Paulo entre 2005 e 2006.

Suas despesas totais com campanha somam R$ 6.243.906,54, rendendo-lhe o posto de segundo maior gastão do estado e quarto maior da região Sudeste. Carlos contou com várias grandes empresas como doadores, como as construtoras OAS e Queiroz Galvão, a JBS S.A., os bancos Safra e BTG Pactual, UTC Engenharia, S.A. Paulista de Construções e Comércio, Adobe Assessoria de Serviços Cadastrais e outros. Sua maior doação, no entanto, veio da BMX Realizações Imobiliárias e Participações S.A., equivalente a R$ 950.000,00.

Sunday, January 15, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 6º lugar



6. Benito Gama (PTB/BA)
 
Economista e professor, Benito é político veterano e um dos mais antigos e experientes da Casa. Exerceu o cargo por três mandatos: entre os anos 1987 e 1991, sendo deputado constituinte pelo PFL (atual DEM); de 1991 a 1995 e de 1995 a 1999, estes últimos dois também pelo PFL. Benito exerceu ainda a função de Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia entre janeiro de 1999 e dezembro de 2000 durante o governo de Cesar Borges (PFL na época).
 
Apesar do histórico e dos investimentos com campanha, o deputado foi eleito com 71.372 votos (1,07% dos votos válidos), bem abaixo do quociente eleitoral, conquistando apenas a 38ª posição, a penúltima de seu estado. Suas despesas totais somam R$ 5.979.037,11, ligeiramente inferiores ao total arrecadado. É o maior valor gasto por um deputado federal eleito pela Bahia nas últimas eleições e o segundo maior de toda a Região Nordeste.
 
Sua maior colaboradora foi a Eldorado Brasil Celulose S.A., com doações, via diretório estadual, que totalizam o numerário de R$ 2.000.000,00, quantia que somente 8 dos 39 deputados federais eleitos na Bahia conseguiram receber. Grandes doadores também foram a Vigor Alimentos S.A., com valor muito próximo ao da Eldorado (a “mísera” quantia de R$ 1.999.960,00), a Saepar Serviços e Participações S.A., a Construtora OAS S.A., In-Haus Serviços de Logística Ltda., Arcelomittal S.A., entre outros.

Thursday, January 12, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 7º lugar



7. Marcos Abrão (PPS/GO)
 
Economista e empresário no ramo pecuarista, Marcos foi eleito com 92.347 votos, 3,04% do total de votos válidos, conquistando a 11ª colocação e não alcançando o quociente eleitoral. Embora seja seu primeiro mandato como político, Marcos já foi filiado ao PSDB, tendo sido 1º secretário do diretório municipal de Goiânia entre 1999 e 2001. Já pelo PPS é o atual presidente do diretório estadual. Marcos é também sobrinho da senadora Lúcia Vânia, atualmente filiada ao PSB.
 
Apesar de eleito por um partido relativamente menor (o PPS possui hoje 11 parlamentares no Congresso Nacional), o deputado foi o mais gastão de seu estado e o mais gastão de toda a região Centro-Oeste, atingindo os R$ 5.812.787,80, “somente” R$ 286.751,90 a mais do que arrecadou, segundo o site do TSE.
 
Os doadores são muitos, de diversos ramos – alimentício, agrícola, farmacêutico, metalúrgico, de engenharia civil, saúde, mineração, energia, etc. Entre eles, encontramos nomes como C.A. Carajás Comércio Ltda., Ética Construtora Ltda., Irmãos Soares S.A., Rede Brasil Distribuição e Logística Ltda., cada um destes com valores superiores a R$ 200 mil. Mas a maior de todas as doações veio da Geolab Indústria Farmacêutica S.A., equivalente a “modestos” R$ 1.260.000,00.

Wednesday, January 11, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 8º lugar



8. Sergio Zveiter (PSD/RJ)
 
Advogado, ex-presidente da OAB da seccional fluminense (o mais jovem da história do estado, com 33 anos) e até pouco tempo Secretário de Habitação do município do Rio de Janeiro (gestão Eduardo Paes), Sergio Zveiter foi eleito com 57.587 votos, ou 0,76% dos votos válidos, não atingindo o quociente eleitoral do estado, que foi de 166.457. Apesar dos altos investimentos e gastos com campanha, conseguiu apenas a 27ª colocação, elegendo-se pela coligação PMDB/PP/PSC/PSD/PTB, a que conquistou mais vagas no plenário pelo Rio de Janeiro.
 
Sergio já havia sido eleito em 2010 para o cargo de deputado federal, e atuou em várias pastas do Governo do Estado, sendo a última delas a Secretaria de Trabalho e Renda durante o governo de Sérgio Cabral. O irmão Luiz Zveiter é desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e o pai, Waldemar Zveiter, ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça.
 
As despesas declaradas à Justiça, equivalentes à receita total, chegam a R$ 5.720.550,50, sendo a terceira maior no Rio de Janeiro e a quinta maior na região Sudeste (o leitor já pode começar a fazer as contas e tentar adivinhar quem mais vai aparecer nesta lista).
 
Se Sergio contasse tão somente com suas próprias doações, teria em mãos nada mais, nada menos que R$ 3.752.000,00, quantia que somente três candidatos a deputado federal eleitos em seu estado conseguiram arrecadar. Já a maior doação que recebeu de outra fonte foi da UTC Engenharia S.A.: R$ 400 mil. Entre grandes doadores há ainda o próprio pai Waldemar, o sobrinho Flavio, o deputado estadual Jorge Felippe Neto, a Construtora Andrade Gutierrez (via diretório estadual), a empreiteira Carioca Christiani Nielsen Engenharia S.A., entre outros.

Tuesday, January 10, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - 9º lugar



9. Arthur Bisneto (PSDB/AM)
 
Filho de Arthur Virgílio Neto, renomado político do estado do Amazonas e atual prefeito de Manaus, Arthur Bisneto foi eleito com 250.916 votos, ou 15,13% dos votos válidos, sendo o deputado federal mais votado no estado e também o único a atingir o quociente eleitoral, que foi de 207.301 votos. Antes de assumir a cadeira na Câmara dos Deputados, atuou como deputado estadual no Amazonas entre 2003 e 2015, tendo sido eleito para o cargo três vezes consecutivas.
 
Suas despesas eleitorais, ligeiramente menores às receitas declaradas à Justiça, somam R$ 5.633.092,26, as maiores do estado para o cargo de deputado federal, bem como as maiores de toda a região Norte do país.
 
Citado na “Lista da Odebrecht”, Arthur afirmou ter recebido R$ 500 mil de doação para a campanha de 2014, via PSDB nacional, por intermédio da Usina Conquista do Pontal, pertencente à Odebrecht Agroindustrial, e que o valor está declarado, como realmente pode ser consultado no site do TSE.
 
Além desta, outras doações de grande valor podem ser encontradas no nome de grandes empresas como Andrade Gutierrez, Camargo Correa, OAS, Vale Manganês S.A., Gerdau Aços Especiais, Bancos Santander e BTG Pactual, e, curiosamente, a sua principal doadora: Supermercados DB Ltda – grande rede de supermercados da localidade – no montante de R$ 818.365,64.

Monday, January 9, 2017

Top 10 - Os 10 deputados federais mais gastões das Eleições de 2014 - Introdução e 10º lugar

Já se perguntou alguma vez quem foi o político que mais gastou em uma campanha eleitoral? Já tentou imaginar quanto dinheiro as campanhas e as propagandas eleitorais movem? Será que a quantidade de recursos arrecadados e gastos nas eleições brasileiras é razoável? E será que ela é necessária?

Posso não conseguir responder a estas perguntas, que não são fáceis, mas os dados aqui levantados – acessíveis a qualquer cidadão – podem ajudar a esclarecer um pouco da nebulosidade que existe na política brasileira. O objetivo aqui é questionar, refletir e adotar uma postura mais ativa, porque meu entendimento de democracia é o de que cada elemento deve participar do processo político ativamente, pelo mínimo que seja, ao invés de simplesmente assistir aos fatos como um mero espectador inerte.

Este será o início de uma série de artigos que analisará políticos brasileiros no campo de financiamento, arrecadação e despesas de campanhas eleitorais, estreando os 10 deputados federais eleitos em 2014 que mais gastaram em campanha, segundo o site do TSE. Obviamente esta lista não leva em consideração o caixa dois, impossível de ser mensurado.

Foi um trabalho minucioso, que consumiu muito tempo e atenção (precisei de mais de três meses de pesquisa), e que não está isento de erros. Solicito ao leitor que, para qualquer falha encontrada, deixe sua ressalva para posterior correção. As informações colhidas sobre valores e doações são todas públicas e podem ser consultadas no seguinte endereço:

Estarei postando diariamente um integrante da lista, começando pelo décimo colocado:


10. Alexandre Baldy (PSDB/GO)

Profissional no ramo da indústria, atuou como Secretário de Indústria e Comércio de Goiás no governo de Marconi Perillo (PSDB/GO) entre 2011 e 2013. Atualmente filiado ao partido PTN, Baldy foi eleito com 107.544 votos, o equivalente a 3,55% dos votos válidos para deputado federal no estado de Goiás, conquistando a 8ª colocação. Não tendo alcançado o quociente eleitoral, elegeu-se pelo quociente partidário de sua coligação (PSDB/PP/PR/PSD/PTB/PDT/PPS/PROS/PRB), a que angariou mais votos no estado.

Suas despesas, exatamente iguais às receitas declaradas à Justiça Eleitoral, somam R$ 5.484.143,06, rendendo-lhe a 2ª colocação dentre os mais gastões em Goiás. Alexandre recebeu doações de empresas de diversos ramos (notoriamente do setor farmacêutico), sendo as empresas Allbox Embalagens Ltda., Recofarma Indústria do Amazonas Ltda., JC Distribuidora de Medicamentos Ltda. e Mineração Serra Grande S.A. as principais delas.

O deputado ainda contou com as próprias doações, que totalizam R$ 1.121.107,82, quantia superior à arrecadação de quatro dos deputados federais eleitos no seu estado (o primeiro colocado entre eles). A doação mais generosa, contudo, no valor de R$ 1.175.000,00, veio de outra pessoa física – Marcelo Henrique Limírio Gonçalves, membro do conselho de administração da Hypermarcas, conglomerado que detém marcas de vários ramos do mercado, entre eles o farmacêutico.