Friday, September 30, 2016

Ser ou não ser (conservador) – eis a questão... (Parte I)

O que significa ser conservador? Parece uma pergunta simples, mas há várias respostas. Muito depende da época em que você vive, do lugar em que mora, ou de seu status social. Dadas determinadas variáveis, o sentido pode ser até oposto, mas o que posso observar é que de uma forma geral há a tentativa de um determinado grupo, povo ou sociedade afirmar uma identidade, delineada por costumes, tradições, ideais ou crenças. E essa tentativa geralmente surge da reação de uma resistência provocada por algo que seja diferente, estranho ou exótico à primeira vista.
 
No caso do brasileiro, que tradição a ser conservada? A de ser explorado? A de ser autoritário? A de faltar com urbanidade? Ou a de tentar burlar as regras? O que há de tão valioso na tradição brasileira? (a diversidade cultural e étnica, eu diria)
 
Se o que se defende é a moral e a ética, acho que o discurso se torna redundante, porque ambos são fundamentais na política. A mim não faz sentido invocar qualquer que seja a ideologia, dentro de um ambiente democrático – e é sempre importante lembrar da democracia – se não há um mínimo razoável de reverência à moral e à ética.
 
Onde encontrá-las? Para o Sinistro não há mistério. É fácil e simples. Ou pelo menos parece. Porque fazer exige quase sempre um esforço maior do que falar. E é onde muitos cambaleiam, tropeçam e caem. Às vezes feio. Contradição é o que mais se vê. (falar bonito até eu consigo)
 
Siga-se, portanto, tão somente, de passagem, esta lógica: a ordem social é o fim de toda política; para alcançá-la o respeito mútuo é imprescindível, ingrediente certeiro na receita. O respeito mútuo se obtém através da boa educação, que preza a moral e a ética. Aliás, moral e ética estão implícitos no respeito mútuo; são interdependentes. Não há moral sem ética; toda ética é moral (ou deveria ser); e não há moral ou ética sem respeito mútuo. O respeito mútuo é a consciência e a conduta que conduz à consolidação dos direitos e liberdades individuais de TODOS os elementos da sociedade. É a isonomia, a lei da igualdade.
 
Numa conjuntura como esta, não há espaço para “politicamente incorreto” se essa suposta incorreção enseja, estimula ou provoca a restrição ou violação dos direitos ou liberdades de alguém. Se há lugar em que o sistema político deva ser inflexível, aqui está: ser inflexível com o que possa trazer o desequilíbrio – desequilíbrio o qual sempre resulta na falta de liberdade ou na carência de direitos.
 
Há muito o que se refletir sobre o Conservadorismo, mas o ponto que não deve ser ignorado é que na afirmação ou reafirmação de uma identidade, forma de ser, pensar, crer ou agir como resistência ao que se considera divergente ou “fora dos padrões”, deve-se manter em mente a consciência de que o ser humano é naturalmente diverso e que justamente por esse “instinto” de resistência que adotamos, devemos, por empatia, respeitar o espaço do outro. Afinal, se o seu espaço está sendo respeitado e suas liberdades não estão sendo restringidas, onde está o mal? E por que privar o próximo da liberdade de ser, pensar, crer e agir como quiser se isto não o está prejudicando?
 
Como já dizia o ditado: não faça com os outros o que você não quer que os outros façam com você. Faltam aos ditos conservadores a EMPATIA. Sem ela, não há como falar de democracia.

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